padeço da falta de tempo
ou acostumei-me a dizer que não o tenho?
em meio a obrigações
e tolices cotidianas
deixo escapar poemas
que nunca mais nascerão
uma ideia perdida
não volta
é poeira na ventania
faço listas, pixs, transferências e pago boletos
conto dinheiro
e às vezes esqueço de respirar
então invento pausas
para dizer
que o poema cabe no tempo
sem poesia, a vida se perde