Poemas de VIRGINIA MARIA FINZETTO

Veja um grafo dos poemas de VIRGINIA MARIA FINZETTO

PARAR PARA PARIR

virginia finzetto Gerar poema da máquina
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era abril quando pressenti
que devia me fechar
era maio quando decidi
que minha vida era maior
era um ano de mudanças
que me abria para o amor
era um instante de abertura
que engendrava gravidez
era um ciclo de abundância
que se gestava em meu útero
era esse momento de fartura
que permitia nova colheita
era um tempo de ser mulher
que nascia para outra era
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POEMA DO EXÍLIO

virginia finzetto Gerar poema da máquina
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dói infinitamente
ouvir de meu ego
que ele se sente machucado
e por isso quer melhorar o mundo
fazendo tudo do seu jeito

em seu sono profundo
não imagina que já esteve aqui
a bater prego
na tábua de outro crucificado

não nego, mas não o rejeito
sei que sequer ele é só amigo

de novo, quando eu partir
sem nenhum grande feito
que imagino poderia ter realizado
levarei a lembrança
de outro fim de umbigo
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MEDIDA PROFILÁTICA

virginia finzetto Gerar poema da máquina
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quando veio a praga
conspiraram ser um negócio da china,
ainda um misterioso país distante
no imaginário do povo analógico,
esse que agora se priva de abastecer desejos
de quinquilharias trazidas de lá em contêineres
e vendidas em camelôs

de novo, vê-se a religião a se divorciar da ciência
e essa mesma gente, que também não acreditou
ter o homem pisado na lua, agora quer ganhar as ruas

pobres mortais, contaminados fundamentalistas
matam a si mesmos e aos seus com a ignorância,
mas de dentro de minhas células femininas
versos intuitivos só permitem a verdade
do resguardo em bastante companhia
e o vírus, sem chance, morre na praia
por não ter onde ancorar nesse mar de poesia
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VÍRUS VIROU

virginia finzetto Gerar poema da máquina
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um vírus do avesso no mundo 
deixou todos para dentro 
com a coroa de espinhos na cabeça 
e nada nas mãos
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