Veja um grafo dos poemas de VIRGINIA MARIA FINZETTO
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era abril quando pressenti que devia me fechar era maio quando decidi que minha vida era maior era um ano de mudanças que me abria para o amor era um instante de abertura que engendrava gravidez era um ciclo de abundância que se gestava em meu útero era esse momento de fartura que permitia nova colheita era um tempo de ser mulher que nascia para outra era
dói infinitamente ouvir de meu ego que ele se sente machucado e por isso quer melhorar o mundo fazendo tudo do seu jeito em seu sono profundo não imagina que já esteve aqui a bater prego na tábua de outro crucificado não nego, mas não o rejeito sei que sequer ele é só amigo de novo, quando eu partir sem nenhum grande feito que imagino poderia ter realizado levarei a lembrança de outro fim de umbigo
quando veio a praga conspiraram ser um negócio da china, ainda um misterioso país distante no imaginário do povo analógico, esse que agora se priva de abastecer desejos de quinquilharias trazidas de lá em contêineres e vendidas em camelôs de novo, vê-se a religião a se divorciar da ciência e essa mesma gente, que também não acreditou ter o homem pisado na lua, agora quer ganhar as ruas pobres mortais, contaminados fundamentalistas matam a si mesmos e aos seus com a ignorância, mas de dentro de minhas células femininas versos intuitivos só permitem a verdade do resguardo em bastante companhia e o vírus, sem chance, morre na praia por não ter onde ancorar nesse mar de poesia
um vírus do avesso no mundo deixou todos para dentro com a coroa de espinhos na cabeça e nada nas mãos