Veja um grafo dos poemas de Maria Assunção Montañés Jovellar
Poemas anteriores
A todos nós que estamos por trás da janela, Silenciosos, introspectivos, à espera de um aceno de mão. Quem está do outro lado do vidro? Uma criança? Um ancião? O reflexo do sol na janela, A vida que pulsa no jardim, sem a nossa presença, linda, imortal, como sempre foi. Ohe, olhe lá... o pequeno colibri encontrou a sua flor! A todos nós que estamos por trás da janela, Inquietos, sonhadores, aguardando o momento de voltar. Seremos melhores? Seremos os mesmos? Teremos aprendido alguma coisa nesse limiar? Foi-se o céu de outono, Iluminado pela lua, coberto de estrelas. A Estrela D´Alva ainda está lá? Sim. Ela sempre está lá para inspirar os poetas. A todos nós que estamos por trás da janela, À espera que o perigo passe, Que o amanhã logo chegue, Que a esperança não se apague. Na quietude que nos invade, a revelação: Não somos. Estamos em constante transformação, Aprendendo, procurando, superando, Encontrando o que necessitamos em nós. A todos nós que estamos por trás da janela, Contemplando, meditando, falando com Deus, A fé que nos guarda, A força divina que nos guia e ilumina. Por linhas tortas, paramos diante da janela, Vimos o colibri encontrar a sua flor e partir, A vida eternizou-se naquele instante, no sabor do néctar e na liberdade do pequeno colibri.
Quando eu chegar, Quando tu existires, Quando ele partir... Nós tempo seremos. E a vida acontecerá... Pelas esquinas disformes das estações, Pelos anos displicentes que já se passaram, Pelos anos escassos que ainda nos restam, Pelos caminhos íngremes e tortuosos à frente, Pelo desalento diante da pandemia insistente, Pela marcha incansável do ser. E a vida se espalhará... Pelos campos floridos a desabrochar, Pela relva úmida a cada amanhecer, Pela natureza verdejante a pulsar, Pelo abraço amigo a acarinhar, Pelas estrelas e a lua a brilhar, Pela suave brisa do tempo a soprar... E a vida compensará... Pelos sonhos, tão sonhados, realizados; Pelas glórias, tão esperadas, alcançadas; Pelo doce, tão doce, sabor do aprendizado; Pelos encontros, tão ternos, no caminho do amor; Pela cura, tão desejada, do corpo e da alma; Pelas histórias, tão nossas, gravadas no eterno. E assim, pela vida nós passaremos...