Veja um grafo dos poemas de Marina Viana
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Para começo de conversa A culpa é do preconceito! Apesar de cada olho Vê uma coisa de um jeito. Vou falar de um assunto: Aviso, não é brincadeira. No preconceito que há Com a cultura afro-brasileira! O modo como são tratados É de tirar o sossego! A grande dificuldade Pra conseguir um emprego E tudo isso acontece Pelo fato de ser negro. Um desrespeito tremendo Que tento, mas que não entendo. Penso, porém, não compreendo: O porquê de tal desdém Se vida que é o importante: O branco e o negro tem! Se é negro, chamam de negro. Se é branco, chamam pelo nome. Agora, eu vos pergunto — Onde vai parar o homem? Tem gente ignorante Com rancor e preconceito Pensa que branco é melhor. E que não possui defeitos! E esquece que os dois: Bate um coração no peito! Que tanto um quanto o outro Há deveres e direitos! Mas o negro atualmente: Vem conquistando espaço A ficha está caindo Pelo menos, é o que acho! Contando com as conquistas Que já é primeiro passo! Não se pode desistir Por tentativas e o cansaço. E mais uma prova disso O eleito Barack Obama Foi presidente dos EUA É negro e cheio de fama! Mas ainda há quem sofra: Enfrentando o maior drama Por causa desse problema Lágrimas ainda se derrama! Entre fracasso e derrota Há muito o que se esperar. Ser maltratado ninguém gosta! Disso posso afirmar Todos querem o bem pra si! E se falar em preconceito: Alguns tentam encobrir Só para enfim fingir… Ser negro não é diferente De ser de qualquer outra cor De falar outro idioma Ser da Roma Sim, senhor! Pois, diferenças são normais. O que é estranho mesmo: São preconceitos raciais! Porque se fôssemos iguais: Não teria nenhuma graça Já pensou se existisse Na Terra, só uma raça? Todos idênticos e tal Seria sim, com certeza: Uma confusão total Enfim, nada de especial. Todos com a mesma cor Pensamento, raça, religião Seria um grande tédio Carro o mesmo que avião Existiria casa, não prédio. Guitarra, mas não violão Seria tudo igual Sem diferenciação… Agora vamos falar Um pouco dessa cultura Pois, para tanto racismo Só o amor é a cura! Pra desfazer o egoísmo E melhorar a ventura Entre as pessoas claras E as de pele escura. Uma arte conhecidíssima Na cultura afro-brasileira Uma arte marcial É a tal da capoeira! Criada por escravos negros Durante o período colonial Que conquista muita gente No nosso tempo atual. Instrumentos afro-brasileira: Afoxé, agogô Atabaque, berimbau Xequerê e o tambor Faz parte dessa cultura Que encanta criaturas Que luta contra o racismo: Com muita força e bravura! Porque o preconceito é uma nódoa Que mancha a gente por dentro. Que incomoda todo mundo Um dos piores sentimentos! Que maltrata e magoa Um inútil orgulho vão Que agride as pessoas Falta de aceitação. Mesmo de cor diferente: Branco e negro, tanto faz. Perante aos olhos de Deus Um e outro são iguais! E não adianta mesmo Preconceitos raciais A cor não torna ninguém: Nem mais pouco e não tão mais!
Escrevo com a tinta que me resta De uma maneira profunda e repentina Não sei, se é vício ou se é sina Falar do que é dor e do que é festa! A voz do coração como uma orquestra Fala e, ao mesmo tempo examina Buscando uma forma que ensina Transborda o que a alma está repleta! Passamos pela curva antes da reta Para saber o quanto a vida é pequenina Um dia a gente erra e noutro acerta. Subimos e descemos a colina A vida se usa, não se empresta Às vezes nos cega a neblina.
Te vi assim, de leve Te vi assim, silente Resolvi silenciar-me, Para ver-te, tão ausente! Em pleno estio, Te vi, suponho Te vi, por aí em sonho. Te vi, como quem te sente. Te vi, ao longe daqui Te vi, te vendo, na mente! De tanto, ver-te, te vi! Te vi, bem na minha frente! Te vi assim, tão risonho. Te vi assim, pela vida…
Destas rosas murchas Sem vida, inválidas! Destes caminhos longos, Vago, vasto. Estas pisadas sólidas Ao sol, cálidas. Deste olhar perdido Ao extremo nada. Deste ser que grita e protesta Das imagens escritas bem na testa. Das mensagens ditas e ouvidas: É destas, que a esperança é oriunda. Do pó, das cinzas, são reproduzidas! Destas, que provém esta criança! Para saber que assim procede a vinda! São destas criaturas que persistem: Que do momento tácito, encorajam-se Retiram do sofrer a própria marcha Seguir, erguer-se, enfim, rumo a viagem. É deste choro intenso que se encontra De uma maneira mui veloz A resposta que está dentro de nós, Que somente procurando é que se acha! Que é chorando, que ademais se encontra graça. Pois, enquanto houver ser que ainda respira A esperança fortemente ainda gira, E se alcança o que se quer E o resto passa! É do nada, do sofrer e da desgraça Que aos poucos a esperança brota Cada ser tem a sua própria rota E alguns dos limites ultrapassa! Muitos partem, mas não são todos que voltam. As palavras incorretas que se soltam Podem voltar com mais força e mais intensa E propaga-se de uma maneira imensa.