Poemas de Beatriz DI Giorgi

Veja um grafo dos poemas de Beatriz DI Giorgi

A navegar por águas familiares

Beati Do Giorgi Gerar poema da máquina
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Quando meu tio punha o Dorival na vitrola eu vibrava.
Assim aprendi admirar o mar.
Mas não entro fácil nos navios e os encontro pela narrativa transformada em lembrança.
Os navios que trouxeram meus bisavós eu admiro.
Admirar é bom, mas amar é melhor.
Minha mãe amava e admirava o mar transparente.
E amo boiar no raso do mar e só assim posso admirar o que é externo
E alheio a mim.
Assim é o caminho de amar como uma onda despretensiosa no mar, que me delicia lembrar.
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CHAMA QUE CHAMA

Beati Di Giorgi Gerar poema da máquina
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Preciso de ar.
Faço questão de poder fazer a questão que eu quiser e obter respostas . 
Tomo cuidado e evito ferir com minhas questões infinitas e as vezes cítricas.
Quero horizontes  
Preciso de luz
Faço questão de responder a questão alheia até meus limites até a dor na cicatriz.
Tomo cuidado e evito que meus limites fiquem curtos e aprisionantes.
Quer horizontes.
Tomara que esse fogo todo não acabe comigo e com meus desejos
Que tenho medo de realizar.
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Gravidade

Beatriz Di Giorgi Gerar poema da máquina
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GRAVIDADE
Acordo de ponta cabeça e sinto o tamanho da gravidade.
Sem disfarce possível a época é grave, sisuda, preocupante.
A gravidade, força de atração em si, tende a nos escravizar.
Paradoxo em sí, gravidade, em sentido bíblico, se apresenta sincera e realizadora de obras. Que obras?
Em plena e desconhecida gravidade, atraída para o centro, sinto-me engravidada do novo.
Que vingue a vulnerabilidade, que vingue a leveza como resposta, como ciclo. 
Que dias leves e graciosos venham como filhos e filhas dançantes e risonhas da gravidade.
Que venham com o vento!
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Reminiscências do útero

Beatriz Di Giorgi Gerar poema da máquina
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Reminiscências do útero

Nossa história é parecida.
Tornei-me pessoa na água 
e desde então vivo do ar,
vivo no ar.
A vida é uma onda gigante
ora se espalha, ora retrai.
Ora a vida me leva, ora levo ela.
minha presença não faz diferença, exceto quando o centro da terra balança como um acalanto uterino, quando não respondo por mim.
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