Poemas anteriores
A leveza da vida parece pesada A alegria da vida parece triste A graça da vida parece séria. A doçura da vida parece amarga O riso da vida parece rancor O amor da vida parece solidão. O que fazer então? Buscar dias de paz... É, aquela paz simples, despachada, preguiçosa... A paz dos dias cansados, encurvados pelas cargas da vida, Dos que tem sempre os pés doloridos da caminhada. Bjos meus . Neide Ponzoni
Preso num espaço mínimo, Desesperado por sua liberdade, Empoleira em cada canto, Debate contra as grades. Cansado, com olhar vazio, Encolhe o corpo franzino, Um lapso de calma Contrário aos seus instintos. Não é prisão temporária, Tampouco é prisão preventiva. O cárcere é legal, A prisão é definitiva. Apelamos por sua felicidade. Deus tocou o proprietário, Foi concedida liberdade incondicional Ao semovente passarinho engaiolado!
A sirene tocou às 18; Era hora do sono do bicho papão; O farol acendeu e as crianças brincaram, pensando que seus sonhos não seriam atormentados; Às 22 ele acordou; O farol foi pra encontrar o caminho, não espantar os pesadelos.
meus olhos sorriem quando o cotidiano encontra pequenos prazeres como suave perfume no ar claridade de fim de tarde solzinho no inverno como afago no gato saborear um bom prato rever aquele retrato minha alma vibra com a lembrança que uma música traz e faz o corpo dançar meu coração sossega na presença de certas presenças que espalham paz despertam um carinho explícito um bem querer infinito
Desculpe por ser eu? Desculpe por não ser perfeita. Desculpe por não querer apenas sexo. Desculpe por gostar de sexo. Desculpe por não ser somente um corpo, ou, por meu corpo não pertencer a mulher submissa que você deseja. Desculpe por minha essência não corresponder às suas expectativas. Desculpe se falo demais. Desculpe se por vezes sou tímida Desculpe se sou curiosa e se gosto de ser desejada. Desculpe se minha dança é sensual e se essa minha imagem perturba seus sonhos Desculpe por não atender o telefone às 2:49 horas da madrugada só para te ouvir falar do seu desejo por mim. Desculpe se gozo e, por saber que meu gozo depende apenas de mim. Desculpe se moro sozinha e se sou feliz assim. Desculpe se tenho carro e não preciso que venha me buscar e, se ainda assim por vezes queria ser apenas carona. Desculpe se abrir a porta e pagar a conta não é algo que impressione, ou que me deixe confortável. Desculpe? Desculpe por ser sincera demais e te assustar? Desculpe por te assustar com a minha irreverência? Desculpe por ter personalidade? Desculpe por te intimidar? Desculpe por não me preocupar em chamar sua atenção? Desculpe por te fazer perder a paciência? Desculpe, mas a fila andou.
eu sai com um cara que me disse que não é triste a última vez que chorou foi há um ano atrás quando o cachorro perdeu as bolas não sei como consegue ou acha isso bom me sinto superior por ter esperneado hoje de manhã porque as linhas não se encaixavam quebrei meu lápis enfiei na minha mão e sou bem melhor que ele por isso ele até nem beija tão bem
Te escrevo, amor. Aqui. Em cartas.
Te escrevo em folhas de um caderno pequeno,
como quem se escreve em segredo, porque te escrever tem sido
o meu mais íntimo segredo.
{É secreto, amor.
Meu desejo por ti é um segredo só meu.}
VIVA PELAS
MELHORES LEMBRANÇAS
Sem rabugices e lamentos
Não seja um velho lamentoso
Pois senão será permanente
Desgostoso...
Não dê a cara a surra e ao relho...
Pois estará cultivando pela vida
nenhum gosto...
Sendo intolerante e pentelho.
Vivenciando, mitigando o contragosto
Semeará dores e desencantos.
Aconselho;
Fujas do triste e do pranto
Abra na vida atalhos de encantos
Faça-se um passarinho, cante
Voe e de asas ao seu lado de criança
Terás sono, terás sonhos, se fará risonho
Terás sempre ao teu lado, a todo instante,
Bons amigos e suas melhores lembranças...
Benito Campos
23122020
As vezes você só precisa de um tempo pra pensar Um espaço para analisar E simplesmente ficar Sem solução Sem problemão Sem espaço Sem tempo Sem vida Sem batidas no coração Sem sangue pulsando Sem pulmões respirando Sem receber impulsos nervosos Se é que me entende Preciso de um tempo com uma amiga Só uma amiga Uma antiga conhecida Que já levou parte da minha família Se é que me entende Entende?
Voltei a Israel e encontrei algumas mudanças Mas será que foi mesmo Ela que mudou ou será que fui eu? Voltei para o Meio do Mundo No ponto de intersecção entre o novo e o velho Existe um cheiro no ar Um cheiro que não sei o que é, nem de onde vem, mas que só Ela tem Já procurei, mas não encontrei Não é um cheiro que se encontra para vender É o cheiro do ar, Do mar, Das águas, Do suor Mas dessa vez eu quase não senti o cheiro Ele estava discreto, escondido entre suas ruínas Eu não gosto de deixá-la e nossa despedida é sempre muito triste Mas eu sempre volto Eu nunca sei quando será a próxima vez Mas eu sempre volto para o Meio do Mundo Para o Meio Oriente Para o Oriente Próximo Que eu gostaria que fosse mais próximo Mas quando ela precisa de mim eu cruzo mares, montanhas e desertos para vê-la A minha Israel
Daquilo que restou Refiz o que pouco havia de mim Para o bem ou para o mal Agora eu vejo tudo igual Menos o resquício de gente guardado e lembrado para o instante que nunca chega
É um sonho… Voltar no tempo recuar, Saber escolher os verdadeiros amigos e com eles partilhar Os melhores momentos e depois viajar Para um lugar onde ninguém possa me encontrar Procriar e depois voltar É um sonho, Aterrar nos States na cidade dos sonhos New York Assinar um contrato ter um work Graças a um hit com a Beyoncé Ter o meu próprio onze No game internacional A representar o puro rap nacional É um sonho, Nas ruas do Brooklin a improvisar Com o Buckshot e o P, e na Def Jam escalar Impossível de acreditar Eu num jantar ao lado do Obama a me paparicar É um sonho, Não esquecer das minhas raízes atuar em Páris No topo da Torfel, a causar-te vertizes Com uma mensagem profunda sarrando cicatrizes É um sonho Criar a minha própria história No tempo e no espaço com aquela trajetória Do r.a.p da glória ao lado da vitória Estimulo a memória, Transação de palavras na minha caximónia É um sonho, No meio de uma grande multidão Me expressando com emoção Com microfone na mão Pela revolução É um sonho Duvido, que seja realidade Eu longe das grandes No terraço da felicidade Refrescando-me com a brisa da liberdade É um sonho… Deitado na esteira Vejo Samora e Mandela Com marcas de guerra Salvando a nossa terra(ÁFRICA) É um sonho Juro, não é um pesadelo Vejo um anjo com isqueiro Iluminando-me com zêlo É um sonho…!
estou aqui Toca a cantarola Coelhos saem da toca Meus amigos estão azuis Quem são eles? Isso é um peixe Ou é um avião "Você está linda hoje" "Me emprestar seus olhos" O rinoceronte ri Enquanto me empurra pro coqueiro Não entendo o que tanto vê Nessas bainhas de gordura Que tanto lambe Seriam minhocas no meu cabelo? Coça, eu queria coçar Mas meus braços brincam com o rabo do moço "Quem é você??" Doido maluco Corro mas o abismo tá perto Preciso engatinhar Me arranho nos espinhos Não Pernas Onde eu estou? Eu quero ir pra casa Lar de ninguém Prefiro hospitais Gosto de ser cuidada Posso ficar nessa grama? Está tão macia Parece pele Parece abraço Lembra algo que nunca conheci De grandes três portas Onde todos sabem o hino nacional E são engomadinhos Tagarelas Queria ser menos tagarela E falar mais Nesse lar talvez Um dia Seja quem quer que seja eu?
Deixa-me te amar Deixa-me te amar, Como a suruma ama seu fumador, E vai cantando entre os ares, Fuma-me, sinta-me fluir em seu corpo, Deixa-me chegar a sua alma, Deixa-me tocá-la e mexer seus sentidos Deixa-me te amar, Deixa-me vaguear nessa dor, Dor tristonha de amar o odor, De seus passos e suas vestes, Oh como cheira-me suave, Sim, deixa-me amar-te love, Deixa-me segurar tua mão, E levar-te comigo nesta canção Deixa-me te amar, Todo sombrio amando tuas sombras, Teu feitiço, teu delírio, Deliras tão silenciosa, Caminhas toda pretensiosa, Bela e cheia de realeza, Oh o mundo gira aos teus pés, Mulher, teu feitiço é forte Teus olhos tem poder Deixa-me te amar, Sorumbático? Ou melancólico? Amo-te bebendo o álcool Pura bebida, seca dos sentimentos, Deixa-me embriagar na bebida, Deixa-me fazer a história, Queira ou não, continuo na escória Te amando em cada santo dia Podes por favor, dar a este mendigo, Algumas migalhas de sua atenção, Já que o seu coração, É demais para ele, Deixa-me te amar, Liberte-me dessa censura, Meu coração te mesura, Te ama com tanta fervura, Senhora, deixe teu servo tocar seus pés, Lavá-los com eterno amor, E limpá-los com terna sinceridade.
Digo que não vou te escrever. Não mais. porque meu coração está com medo. Digo-lhe que parto. que vou embora. Digo alto e claro: eu não devia e não podia. Mas minhas palavras já não valem nada. porque minhas promessas se dissipam e morrem. porque estou sendo guiada por algo que eu não entendo e temo. por algo que foge das justificativas e ilusões. foge e me escapa. foge e me bate. Te escrevo, amor, mergulhada no fogo de uma paixão que renasceu estremecendo tudo. porque no passado ilógico do tempo eu te amei. só que agora, esse passado já não me parece mais tão distante assim. Olhe para mim, amor veja como queimo veja que sou fogo. Queimo na intensidade das palavras que te escondo para te mostrar em um futuro nosso. Não. Tudo o que te escrevo é ilícito e impuro: recaindo em uma infinidade de pecados e loucuras, mas eu continuo. Continuo, porque te quero e isso vence o puro logismo de nossos dias. Então foge. Foge, amor, que te persigo. Foge, entre nuvens e poeiras, que te aguardo. Mas torço, para que em cada uma de suas corridas e escolhas você dê de frente para esta mulher que te escreve. Rezo para que em cada uma de suas fugas, você me encontre despida. Para que em cada escapatória sua, eu surja. Mas ainda sim, desejo que você você fuja. preciso que você fuja. preciso que corra. Corra desse amor impuro. Corra desse amor renascido do pecado. porque eu não fugirei, amor. porque eu não tenho forças. meu desejo me persegue. Fuja, amor, porque sou tua. Fuja antes que nossos corpos queimem. Fuja. Fuja sabendo que te quero ou fique e queime comigo.
Em fome serviram o Salvador E quão tribulações que tiveram E quão tribulações que tolheram Em sede serviram o curador Apóstolos de Cristo o pregador E mártires de Cristo morreram E quantos seguidores sofreram E santos no deserto provador Que venha sofrimento repressões Espero no senhor a salvação Estamos no caminho em procissões Seguindo a direção da redenção Se falho reconheço em confissões E firme permaneço na oração
Vaidade proceder sem humildade A vida desvaidosa valorosa A vida desvaidosa valiosa Vaidade das vaidades necedade Vaidade das vaidades veleidade A vida desvaidosa valiosa A vida desvaidosa virtuosa Vaidade das vaidades vanidade Buscar caliginoso cabedal Pensando na possível proteção Engano da vaidade lodoçal Procura descolar o coração Deixando o passageiro o temporal Propenda a permanente salvação
VÃOS Agora o tempo se esvai, calmo e degredado. A chama da vida se parte na face do homem arruinado. As orações ecoam no cerrado, cruzam abismos e riachos, deságuam. A quietude da sombra segue o passo do rebento: encolhido e pequeno, estica-se a cada passo. Seu silêncio fora rompido pelo primeiro balbucio, centelha do verbo divino acesa, humano apartado do infinito, do instinto. Caem sóbrias as flores na alameda. Seu som vazio ecoa na terra, sem testemunha. Todos dormem ao romper da aurora. O gado magro deita-se resignado na relva ressequida do cerrado. Ontem não mais existia. O futuro é uma mentira. Do pó renascem a pérola, a criança faminta – na brisa perdem-se os dias.
Eles disseram "Ano que vem em Jerusalém" E sim, eu vim No frio desolador que sempre me adoece No gelo frio que vem dos montes, Me desesperei Eu amei Amei em Jerusalém Sim, eu amei Senti o gelo frio de uma geração Que só faz o que lhe convém Não ama a ninguém Mesmo aqui em Jerusalém Então, em Tel Aviv eu me perdi Sim, eu me perdi Eu me perdi do amor Daquilo que eu sempre achei que fosse o amor Mas eles disseram "não é mais assim" Nem aqui Em Jerusalém E eu vi o mar E mesmo assim eu não senti mais Eu não senti mais o amor Depois que voltei de Jerusalém não senti mais Eu ri Eu chorei Eu vivi Mas e o amor? Não, o amor não me quis Isso eu não encontrei Nem em Jerusalém
Quando eu chegar, Quando tu existires, Quando ele partir... Nós tempo seremos. E a vida acontecerá... Pelas esquinas disformes das estações, Pelos anos displicentes que já se passaram, Pelos anos escassos que ainda nos restam, Pelos caminhos íngremes e tortuosos à frente, Pelo desalento diante da pandemia insistente, Pela marcha incansável do ser. E a vida se espalhará... Pelos campos floridos a desabrochar, Pela relva úmida a cada amanhecer, Pela natureza verdejante a pulsar, Pelo abraço amigo a acarinhar, Pelas estrelas e a lua a brilhar, Pela suave brisa do tempo a soprar... E a vida compensará... Pelos sonhos, tão sonhados, realizados; Pelas glórias, tão esperadas, alcançadas; Pelo doce, tão doce, sabor do aprendizado; Pelos encontros, tão ternos, no caminho do amor; Pela cura, tão desejada, do corpo e da alma; Pelas histórias, tão nossas, gravadas no eterno. E assim, pela vida nós passaremos...